Filhote de leão é encontrado intacto depois de 28 mil anos congelado na SibériaEstudo mostra como ficam os leões expostos a ocitocina, o “hormônio do amor”

A leoa Zuri viveu com um companheiro macho, chamado Avus, até 23 de outubro de 2020, quando ele veio a óbito. Era o único macho da alcateia, composta de três espécimes. Depois do acontecimento, os funcionários começaram a notar o crescimento capilar de Zuri: eles relatam que a leoa é dominante, mas que a juba não chega a ser como a de um macho. A pelagem mais curta do que a de um leão e menos cheia, mas ostenta um considerável moicano arrepiado. Veja Zuri com uma de suas companheiras de alcateia abaixo:

Jubas raras

Ao NPR, a curadora de animais do zoológico de Topeka, Shanna Simpson, comentou que o acontecimento é muito raro: em cativeiro, isso ainda não havia sido visto “naturalmente”. Há algumas teorias acerca disso, com a predominante fazendo referência à perda de Avus. Ao Live Science, no entanto, o cientista conservacionista Kris Everatt disse que isso é balela: não há nenhum motivo evolutivo para isso, e seria nada mais do que um evento aleatório. Não é a primeira vez que o acontecimento é relatado: em Botswana, 5 fêmeas de uma alcateia selvagem foram vistas ostentando jubas, e uma delas também se comportava como um macho, montando nas outras fêmeas e rugindo. Uma das explicações propostas foi a de que elas teriam um alto nível de testosterona, já que a fêmea mais “masculina” não foi vista tendo filhotes em anos — o hormônio pode causar infertilidade às fêmeas. Como não foram realizados testes hormonais nas leoas, isso não foi comprovado. Abaixo, veja a diferença de tamanho entre os espécimes, que denunciam a leoa cabeluda:

Já em 2017, uma leoa de 18 anos chamada Bridget começou a crescer uma juba no Zoológico Municipal de Oklahoma, nos Estados Unidos. Após alguns exames, no entanto, foi encontrado um tumor nas glândulas suprarrenais da fêmea, que aumentou o nível de diversos hormônios, incluindo cortisol e androstenediona, identificados pelo sangue. A doença foi a suspeita de ter causado o aparecimento da juba. Normalmente, os machos começam a ter juba entre 18 meses e 2 anos de idade, quando atingem a maturidade sexual; leões castrados, no entanto, não desenvolvem a característica. Uma explicação teorizada para a juba de Zuri é sua idade: leões selvagens vivem por até 15 ou 16 anos, então atingir a marca de 18 primaveras é bastante, mesmo para um espécime em cativeiro. Sua natureza hirsuta, então, poderia ser explicada por mudanças hormonais decorrentes da idade. Segundo o zoológico, a leoa está saudável e não apresenta sinais de doenças. Fonte: NPR, LiveScience via IFLScience