Chama a atenção o fato de o Calendar 2 ter sido liberado para download na Mac App Store mesmo com o recurso de mineração de Monero. Em regra, essa prática é adotada por malwares, não aplicativos legítimos, gerando inclusive alertas por parte de determinados softwares antivírus. E o aplicativo era bem claro. Na tela de upgrade para a versão premium, o usuário tinha quatro opções: desabilitar todas as funções avançadas; ativá-las por uma mensalidade de US$ 0,99; ativá-las permanentemente com um pagamento único de US$ 17,99; ou ativá-las para que o “aplicativo gere criptomoeda de forma discreta em plano de fundo”.
Não está claro se o aplicativo viola as regras da Mac App Store, mas o desenvolvedor Gregory Magarshak, da Qbix, diz ao Ars Technica que vai retirar o recurso porque “dois bugs causaram problemas para muitos dos usuários”. Primeiro porque o minerador estava sendo executado mesmo quando o usuário optava por desativar os recursos avançados, fazendo “parecer que a empresa quisesse minerar criptomoeda sem permissão dos usuários, o que vai contra o caráter e a visão da Qbix”. Segundo porque a ideia era utilizar entre 10 e 20% da capacidade de processamento do usuário, mas o minerador estava consumindo mais CPU. Como o código do minerador não é aberto, a correção poderia demorar muito tempo. Mesmo com a remoção do minerador nas futuras versões, fica a dúvida: você aceitaria pagar por um aplicativo por meio da sua conta de energia elétrica?