Veja o nascer do Sol em Marte pelos “olhos” da sonda InSightCinco coisas sobre Marte que a missão InSight descobriu em 10 meses
Os controladores da missão não conseguiram mais entrar em contato com o módulo de pouso da InSight após duas tentativas consecutivas. A NASA já havia decidido que, quando isso ocorresse, a missão seria encerrada — ainda que os canais receptores sigam abertos para ouvir uma eventual resposta. Foram mais de quatro anos de estudos realizados com os instrumentos da InSight, proporcionando novas descobertas sobre Marte. Apesar de curta, a missão trouxe inúmeros dados valiosos para a pesquisa da história do Planeta Vermelho ao longo do tempo e as características de seu interior. Como de costume, a aposentadoria de uma sonda espacial é uma despedida um tanto emotiva. Afinal, os cientistas trabalharam com esses instrumentos por anos a fio. “Pensamos na InSight como nossa amiga e colega em Marte nos últimos quatro anos; por isso, é difícil dizer adeus”, disse Bruce Banerdt, pesquisador principal da missão.
A InSight chegou à superfície de Marte em novembro de 2018 e, desde então, detectou 1.319 martemotos (equivalentes aos nossos terremotos), alguns causados por impactos de meteoroides. As ondas sísmicas permitiram confirmar que o núcleo de Marte é líquido e tem um raio de 1.830 km; as medidas da crosta e manto do Planeta Vermelho também foram possíveis graças à InSight. Também foram descobertas características do maiores inimigos da InSight: as dust devils, tempestades de poeira que percorrem a superfície de Marte em forma de tornados. Foram mais de 10 mil vórtices passando por seus sensores, uma batalha impossível de vencer. Com o acúmulo da poeira sobre seus painéis solares, a InSight se tornou incapaz de coletar energia — mesmo com toda engenharia da NASA no sistema “autolimpante” incorporado à sonda. Para Laurie Leshin, administradora da missão, a “InSight mais do que fez jus ao seu nome". Ela disse também que, “como uma cientista que passou uma carreira estudando Marte, foi emocionante ver o que o módulo conseguiu, graças a toda uma equipe de pessoas em todo o mundo que ajudaram a tornar esta missão um sucesso”. Leshin admite que “sim, é triste dizer adeus, mas o legado da InSight continuará vivo, informando e inspirando”. Fonte: NASA