É claro que a memória, por si só, não faz a GPU aumentar a sua capacidade de processamento gráfico. Por outro lado, uma tecnologia avançada de memória otimiza o fluxo de dados tratado pela placa de vídeo. Nas memórias GDDR6W, o avanço mais marcante aparece no quesito densidade. A Samsung conseguiu fazer um chip do tipo ter capacidade de até 32 Gb (gigabits). Nas memórias GDDR6, a capacidade máxima é de 16 Gb por chip. Para isso, a Samsung aplicou uma tecnologia de construção chamada Fan-Out Wafer-Level Packaging (FOWLP). Ela faz o chip ter duas camadas de memória. Mesmo com o empilhamento, a espessura do módulo não aumentou. Na verdade, a altura do chip foi reduzida em 36%, passando de 1,1 para 0,7 mm. De acordo com a companhia, a tecnologia FOWLP também melhora a dissipação de calor. Isso significa que a dupla camada de memória não faz o chip aquecer em excesso. Dobrar a densidade do chip leva a duas vantagens. A primeira consiste em manter determinada quantidade de memória gráfica, mas reduzir o número de chips necessários para isso. A PC Gamer dá um bom exemplo. A placa Nvidia GeForce RTX 4090 tem 24 GB de memória GDDR6X divididos em 12 chips, mas poderia ter a mesma quantidade com apenas seis chips de GDDR6W. A segunda vantagem está em duplicar a quantidade de memória mantendo o número atual de chips. Já pensou em uma RTX 4090 com 48 GB de memória?
Duas vezes mais desempenho
O aumento da densidade é um grande avanço, mas o novo tipo de memória também capricha no desempenho. Um chip GDDR6W faz a largura de banda saltar de 24 para 48 Gb/s (gigabits por segundo) na comunicação com o controlador de memória. Esse é um efeito da duplicação da quantidade de pinos de cada unidade. No nível do sistema, a largura de banda de toda a memória pode chegar a 1,4 TB/s (terabytes por segundo) graças a uma interface de 512 bits e a uma taxa de transmissão de 22 Gb/s por pino.
Memórias GDDR6W: para quando?
O anúncio feito pela Samsung serve para apresentar o novo padrão. Até o momento, não há previsão para o lançamento de placas de vídeo baseadas em memórias GDDR6W. Se fosse para apostar, eu jogaria as minhas fichas em algum anúncio da Nvidia para 2023. Atualmente, a companhia adota memórias GDDR6X, que são produzidas pela Micron, por elas serem mais rápidas em alguns parâmetros em relação a memórias GDDR6. Na estreia da tecnologia, talvez não vejamos uma GPU RTX 4000 com memórias GDDR6W, mas placas de vídeo da Nvidia desenvolvidas para atividades específicas, como realidade virtual ou inteligência artificial. Isso porque, nessas aplicações, os volumes de dados costumam ser gigantescos.