A importância do sistema operacional para uma TVA era do streaming e o crescimento dos AVODs

Não parece surpresa, mas foi comprovado por um estudo recente da Nielsen, nos Estados Unidos. Pela primeira vez, o streaming já superou a do consumo de TV por assinatura. No Brasil, os números ainda mostram uma tendência forte e relevante, e que, assim como lá, aqui existe uma queda nos usuários de TV paga. Um fenômeno predominante nos Estados Unidos e já presente por aqui, os chamados “cord cutters”, indica justamente esta tendência. A expressão se refere a decisão do telespectador de deixar de ter um serviço de TV a cabo para passar a consumir somente streaming. Nesse contexto, a Roku, desenvolvedora de um sistema operacional exclusivo para TVs e que chegou ao Brasil em janeiro de 2020, realizou uma pesquisa no início do ano para entender melhor os hábitos dos brasileiros ao consumir streaming. Sabendo que o brasileiro é um dos públicos que mais consome conteúdo pela televisão e que adere a novas tecnologias com facilidade, alguns dados impressionaram. Dos 2.000 entrevistados, 75% fazem streaming todos os dias e 88% revelaram já ter virado a noite pelo menos uma vez maratonando uma série. Em comparação com 12 atividades representativas do dia a dia do brasileiro, o formato de consumo de vídeo foi apontado como preferido em nove. Ganhou de hábitos muito locais, como sair com amigos, assistir ao jogo do seu time de futebol e ir a uma festa ou show. As gerações mais novas conduzem essa mudança ditando o que querem assistir e como querem consumir seus conteúdos. No entanto, o fenômeno se consolida em todas as idades. Os baby boomers, que têm entre 57 e 75 anos, também maratonam (70% dos entrevistados desta faixa etária afirmaram que assistiram a todos os episódios de uma série de uma tacada só ao menos uma vez). Esse número, em relação aos da geração Y, não envergonha: 92% do millenials já vararam a madrugada assistindo a vários episódios de um mesmo título. O ecossistema não envolve apenas produtores de conteúdo. Dois outros importantes atores precisam ficar de olho. A televisão ainda é a plataforma preferida para 65% dos entrevistados. Alô, fabricantes! Celular (17%) e computador (15%) estão bem lá atrás. E as TVs por assinatura estão se reposicionando e assumindo seu papel nessa engrenagem. No Brasil, Globoplay, DirecTV Go e Watch encabeçam o movimento que lá fora chamamos de cable to streaming, isto é, já enxergam uma maneira confortável, customizada e atraente financeiramente para o consumidor. Os números globais da Roku corroboram o caminho natural da tendência que está virando mainstream. No segundo trimestre de 2022, a Roku registrou 63,1 milhões de usuários ativos no mundo inteiro e mais de 20 bilhões de horas de vídeo transmitidas na plataforma, o que dá cerca de 3 horas e meia de consumo diário. O streaming veio ou não para ficar?