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De modo geral, a expectativa das companhias aéreas era a de que os problemas que fizeram os voos com o Boeing 737 Max serem suspensos em todo o mundo tivessem sido resolvidos a essa altura. Mas estamos na reta final de 2019 e não há nada indicando uma solução no curto prazo. A Boeing tem trabalhado na revisão dos sistemas da linha 737 Max, mas, até o momento, esses esforços não foram suficientes. Basicamente, inconsistências técnicas têm impedindo que a linha receba uma nova certificação para voar da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) e de entidades equivalentes em outras partes do mundo. Paralelamente aos esforços para resolver os problemas, a Boeing vinha mantendo a produção da linha 737 Max, até porque a companhia esperava que ela estaria apta para voar até o final de 2019. Mas, sem a nova certificação da FAA e outros órgãos reguladores, as companhias aéreas não podem introduzir essas aeronaves em suas operações. O efeito disso é perceptível nos pátios da Boeing, abarrotados: a companhia tem atualmente cerca de 400 aviões 737 Max ainda não entregues. Por conta disso, a empresa decidiu, nesta semana, “priorizar a entrega das aeronaves armazenadas e suspender temporariamente a produção no programa 737”. Ainda não se sabe quanto tempo a suspensão durará, mas a Boeing dá a entender que, por ora, a decisão não culminará em demissões. Apesar disso, o momento é delicado: com a produção paralisada, uma extensa cadeia de fornecedores poderá ser prejudicada, situação capaz inclusive de causar efeitos sobre a economia americana. Os impactos serão mais ou menos intensos de acordo com a duração da suspensão. Mas, como já dito, não há previsão para que a produção das aeronaves 737 Max seja retomada. Para piorar, o clima é de desgaste na relação entre Boeing e FAA. Um funcionário do órgão chegou a declarar que existe a percepção de que algumas declarações públicas da Boeing foram dadas com o intuito de forçar a FAA a agir mais rapidamente. No centro da crise da Boeing — a maior da história da companhia — está o MCAS, software desenvolvido especificamente para a linha 737 Max que corrige a inclinação do avião sob determinadas circunstâncias para evitar um estol (perda sustentação). Investigações apontam preliminarmente a atuação indevida do MCAS como causa principal da queda dos voos JT610 da Lion Air e ET302 da Ethiopian Airlines. Juntos, os dois acidentes resultaram na morte de 346 pessoas. Com informações: The New York Times.