Recruta | Conheça a nova série da Netflix com Noah CentineoLançamentos da Netflix em dezembro de 2022

Os primeiros episódios de fato agradam: o roteiro parece promissor e o público fica na expectativa de que a produção tenha uma trama envolvente, principalmente por alguns plot twist bem escritos e um bocado de ação; mas a realidade é outra. São nesses primeiros capítulos que conhecemos um pouco mais de Owen Hendricks, personagem vivido por Centineo, e do seu trabalho na CIA. Ao começar a trabalhar na agência, ele recebe a missão de investigar cartas de pessoas que ameaçam revelar segredos do governo e dos planos secretos de investigação dos Estados Unidos. Assim, ele vai até uma prisão estadual se encontrar com Max, uma ex-espiã do governo estadunidense. A partir de então, a história dos dois personagens se entrelaça. Enquanto Owen tenta descobrir os segredos da prisioneira, ela tenta fazer com ele a tire da prisão. Esse jogo de gato e rato até empolga, mas logo se torna morno à medida que a série se perde no roteiro. Os novos fatos e personagens que vão sendo introduzidos na história ficam cada vez mais confusos e, em determinado momento, não dá para saber nem mais o que Owen de fato está investigando. Isso somado ao fato de ele ser um advogado inexperiente e jovem (com 24 anos) torna tudo muito inverossímil. A dupla de colegas de trabalho de Owen, formada por Lester (Colton Dunn) e Violet (Aarti Mann), é outro ponto negativo. Embora os atores se esforcem para entregar papéis coerentes, o texto não ajuda. Isso porque eles são dois adultos que se comportam como adolescentes do ensino médio; focando mais em sabotar o novato do que em seus próprios trabalhos.

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Personagens secundários mal desenvolvidos

Ainda falando em coadjuvantes, infelizmente não é só a dupla de advogados da CIA que desagrada. Todos os personagens secundários parecem, de algum modo, mal desenvolvidos. Suas histórias não têm tempo para serem aprofundadas e eles são apresentados de forma superficial, especialmente os detetives e advogados. A trama que mais agrada é a de Max, ainda assim deixa questões em aberto que poderão ser respondidas em uma futura segunda temporada. E por falar na personagem, Laura Haddock, que a interpreta, é o ponto alto da série. Sua atuação é coesa e adequada, e ela constrói uma protagonista digna do papel que recebeu. Centineo também não faz feio, embora ainda pareça inseguro no gênero. Quem o assistiu na série The Fosters consegue perceber seu amadurecimento e futuro promissor. Já Fivel Stewart, que vive Hannah, a amiga e ex-namorada de Owen, também mostra que tem potencial e que merecia mais tempo de tela, mas infelizmente sua personagem fica à sombra do protagonista e se mostra apenas uma menina mimada. Vale lembrar que a atriz não é um rosto desconhecido: ela viveu Izzie em Atypical.

Pouca ação, muita confusão

Apesar de ser uma série de suspense, Recruta prometia também boas cenas de ação, mas infelizmente o enredo foca mais na investigação confusa sobre a vida de Max do que em qualquer outra coisa, deixando de lado perseguições ou outras tomadas interessantes.

Vale a pena assistir à Recruta?

Com oito episódios, The Recruit, como é chamada em inglês, não é um fiasco total. A série tem uma sinopse interessante, um elenco talentoso que se esforça para entregar bons personagens e potencial para ganhar uma segunda temporada. Mas, com um roteiro confuso, a trama deixou a desejar e ficou entediante. Se o texto melhorar e o diretor Doug Liman (Sr. & Sra. Smith) acertar os detalhes e as pontas soltas em possíveis novos capítulos, a produção pode emplacar de vez. No entanto, da maneira como está sendo feita — apesar de ter conseguido o top 10 da Netflix logo após seu lançamento — a obra não agrada e decepciona. Caso você queira dar uma chance à Recruta, já pode maratonar os episódios na Netflix.

Cr tica Recruta   S rie com Noah Centineo promete impactar  mas   s  razo vel - 89