Brasil bate meta de uma única vacina do calendário infantilVacina contra poliomielite: entenda os riscos de não imunizar crianças

Vale lembrar que, em 2016, o Brasil recebeu o certificado de país livre do sarampo, concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), após uma bem-sucedida campanha de imunização contra a doença. No entanto, em 2018, o vírus foi reintroduzido no país, provocando uma explosão de casos. Foram feitos 9,3 mil diagnósticos naquele ano. Em 2019, a doença se disseminou ainda mais pelo país, chegando ao número de 20,9 mil casos da infecção. A partir de 2020, as taxas de infecções começaram a cair, com 8,1 mil infecções. Em 2021, foram menos de mil e, neste ano, o número total não deve ultrapassar os 250 casos.

Desafio da vacinação contra o sarampo no Brasil

Olhando para a vacinação contra o sarampo — na qual é usada a vacina tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola —, o Brasil não ultrapassa 90% da cobertura vacinal desde 2014. Até este momento de 2022, apenas 51% das crianças completaram o esquema com as duas doses da vacina. Apesar de o alerta focar no sarampo, a falta de adesão à vacinação infantil é generalizada no Brasil. Segundo relatório do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), o único imunizante a alcançar a cobertura desejada este ano foi a vacina BCG. Fora isso, todos os outros estão distantes da meta.

Por que a vacinação de crianças está em queda?

“As taxas de imunização vêm caindo desde 2015 e o problema disso é multifatorial", explica José Luiz Egydio Setúbal, médico e presidente da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, em nota da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), divulgada na semana passada. Para o especialista, os problemas “vão desde logística, como entrega de vacinas para as Unidades Básicas de Saúde, treinamento de recursos humanos, horário de funcionamento, entre outros. Mas existem outros problemas como o de comunicação, de esclarecimento e de conscientização sobre vacinas”. A saída é ampliar o diálogo com a sociedade. Fonte: SBP e O Globo